28 de setembro de 2013

Cabrestos

Epah, eu às vezes penso que ou percebo muito desta merda ou então não percebo nada. Acaba o jogo de ontem do Porto e só vejo “Proença” para aqui e “Proençada” para cá, seja na net, tv ou no tlm. Os Sportinguistas encolhem os ombros e não percebem como é que em Alvalade toda a gente vê o penalty menos o árbitro e no Dragão ninguém vê o penalty excepto o árbitro. Os benfiquistas, ainda com o golo de Maicon em fora-de-jogo atravessado na garganta, vociferam e perguntam, ironicamente, se ainda acham que o Proença que vai ao Seixal dar dicas aos jogadores do Benfica na pré-época e que assinala penalties destes, é mesmo benfiquista.





Ora bem, vou tentar explicar, conforme me seja possível, porque razão os Sportinguistas e, especialmente, os benfiquistas, não têm assim tanta razão de queixa de Proença, pelo menos nos dois jogos que mencionei acima, o da Luz e o de ontem no Dragão (ok, tecnicamente, não temos razão de queixa nenhuma, pois o Sporting não jogou, mas como estamos a dar luta ao Porto, objectivamente, temos razão). 

No jogo de ontem, foram perceptíveis algumas coisas:

- No final do jogo, Rui Vitória, treinador do Vitória (se não gostamos que tratem o Sporting Clube de Portugal por “Sporting de Lisboa”, tratemos o “Guimarães” pelo seu verdadeiro nome, Vitória Sport Clube), dirigiu-se a Pedro Proença, de mão esticada para o cumprimentar, e dizendo (consegue-se ler nos lábios) “Pedro, erraste”. Aliás, nas declarações aos jornalistas após o final do jogo, Rui Vitória dá a entender isso mesmo quando diz que “Disse a Pedro Proença que o melhor do mundo não pode falhar.”

- Proença deixa-o de mão estendida e começa a justificar-se, creio, dando um grande paleio ao Rui Vitória, durante largos segundos. Após a conversa, quando se deslocam para o balneário – Rui Vitória à frente, Proença atrás, com os fiscais-de-linha ao lado -, o melhor árbitro do mundo tem um gesto esclarecedor: dá umas “festinhas” na nuca do árbitro assistente do lado do campo onde foi assinalado o infame penalty, quase como que consolando-o de algum erro que tenha cometido… Trata-se de Bertino Miranda, um dos melhores – senão o melhor… - árbitro assistente português da actualidade e cujo estatuto já o mantém desde há alguns anos. Foi, por exemplo, um dos assistentes de Benquerença no Mundial 2010 e foi e de Proença no Euro 2012 e Final da Liga dos Campeões 2012, entre Bayern e Chelsea.

- Fiz rewind para ver com calma o lance do penalty entre o Quintero e o jogador do Guimarães. Oops, Vitória. Que não há qualquer falta, não há dúvidas. Aliás, nem sequer houve protestos nos jogadores do Porto, excepto um tímido protesto do próprio Quintero. Um segundo depois do lance e Proença parecia que ia seguir com o jogo. Porém, se repararem bem, Bertino Miranda para, fica parado paralelamente à zona onde Quintero caiu e, uns milésimos de segundo, antes de Proença apitar para a marca de grande penalidade, começa a deslocar-se de imediato para a linha de fundo, local onde se situam os árbitros-assistentes aquando da marcação de penalties. Ou sabia que Proença ia apitar para penalty ou... foi ele que deu indicação ao Proença para apitar.

- Portanto, foi Bertino Miranda que assinalou o penalty, gritando “Penalty!” no microfone do auricular, sem ter necessidade de mostrar a "espingarda", isto é, a bandeirola, e que fez Proença soar o apito e marcar o penalty que deu a vitória do Porto sobre o Vitória. (Ahah, já não me enganei!).

- Tal como foi outro árbitro-assistente que não assinalou fora-de-jogo no golo de Maicon na Luz. Dois erros capitais, dois erros de fiscais-de-linha mas para toda a opinião pública, o culpado é Pedro Proença.


Um espectador atento ao futebol português, facilmente repara que muitas – demasiadas –  decisões polémicas são tomadas, não pelos árbitros principais, mas sim pelos árbitros-assistentes, vulgo fiscais-de-linhas. Se alguns árbitros são uns verdadeiros “assassinos” a soldo, não receando apontar a “pistola” a um qualquer jogador que faça uma falta fora da área e apitando um penalty, ao mesmo tempo que o “mata” com um cartão vermelho, à vista de todos, já o fiscal-de-linha é um sniper furtivo, escondido dos holofotes do estádio e dos media e que tem o alibi ângulo de visão perfeito para decidir jogos, “disparando” através do auricular palavras assassinas como “Penalty!” ou “Vermelho!” aos ouvidos de um árbitro “principal”, o qual não tem outro remédio que senão assinalar o que lhe sopram nos ouvidos, correndo o risco, caso não faça, de ver a sua nota sofrer uma descida tão grande como as audiências do Dia Seguinte desde que o Rui Oliveira e Costa se mudou para lá.

Tenho cara de puto mas fodo o Sporting e o Benfica como gente grande.



O fim das equipas fixas e a possibilidade de o Bertino Miranda ser nomeado este fim-de-semana para apitar na equipa de Proença, na próxima na de Bruno Paixão, na outra com Duarte Gomes e assim sucessivamente, conseguindo "disparar" furtivamente uns quantos penalties, foras-de-jogos duvidosos e cartões vermelhos, sempre de modo "incógnito" e despercebido, foi a forma que o “sistema” encontrou para se manter vivo.

 Esqueçam os bois vestidos de preto. Estejam atentos mazé aos cabrestos que correm ao lado deles.

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